Olá amigos. Vocês devem perceber as constantes mudanças que ocorrem no cenário musical do nosso país.
Eu, enquanto musico, sofro diretamente o efeito de todas estas mudanças.
Durante um bom tempo, a droga chamada “Funk” foi a droga mais consumida pelas jovens brasileiros. Letras ridículas e promíscuas, melodias sem o menor fundamento e intérpretes sem o menor talento. Um lixo musical.
Essa moda musical vinda dos infernos, graças a Deus, só conseguiu infectar aquelas pessoas que não possuíam cultura.
Aos que saíram ilesos desta onda de lixo musical, outras modas musicais ainda estavam por vir.
Até um tempo atrás a moda era ouvir musica “emo”. Isso incluía assumir posturas homossexuais, emotivas e retardadas. Nesse tempo, 90 % das músicas eram dessa “categoria”. Tudo o que se ouvia nas rádios eram Nxcredo e Fresco.
Não tenho nada contra essas músicas, e nem contra os seus intérpretes. Eu tenho contra a falta de cultura e personalidade dos ouvintes destas músicas que admiram uma banda exclusivamente comercial, falsa e fabricada pelas gravadoras.
Eu não vejo graça em ouvir uma banda que não surgiu de uma garagem sabe? Uma banda que não lutou e suou pelo sucesso. Não vejo graça em ouvir uma banda de músicos programados e fabricados pelas gravadoras. Mas...Isto não vem ao caso.
A moda agora é o Sertanejo. Vítor e Creu, César sei lá o que e Fabiano, Fernando e Sorocaba, Tio doca e Nereu, Nhô do rodo e Zé da enxada...
A criatividade em se inventar nomes de duplas sertanejas é notória. E mais notória ainda é a quantidade de gente que está adotando esta nova moda.
Se você avistar dois caras e um violão... Pronto! Eles são uma dupla sertaneja.
As rádios só tocam isso, as pessoas só falam nisso. Mas o que é que existe de tão interessante neste movimento?
Musicas de melodia pobre e letras sentimentais... Isso me lembra muito as letras das músicas “Emos”. Só mudou o ritmo. A mesma porcaria de letra continua.
Letras que dizem tudo e não falam nada.
Existem sim artistas sertanejos que são muito bons e com letras realmente bonitas. Mas eles são raríssimos e não recebem reconhecimento e ajuda nenhum das gravadoras.
O “Up” do momento é promover duplas de uso comercial. Pessoas remuneradas pra sorrir e tocar aquilo que o povão gosta.
Fazer o que...Até a moda muda com esses movimentos.
Qual é a graça em usar chapéu de cowboy e aquelas botonas de couro em plena cidade grande e sem nunca ter tido um contato real com o campo? Ouvir sertanejo te transformará em um cowboy?
Isso é engraçado. Dentro de minha própria banda eu vejo os reflexos destas modas.
A partir de maio, uma das bandas que eu toco deixará suas raízes do Rock para tocas essas drogas sertanejas.
Eu, sou remunerado para isso. Como um complemento de minha renda, posso até aceitar tocar essas musicas. Mas não me sinto bem com isso.
Isso se chama prostituição. Alguns músicos são obrigados a prostituir os seus ideais e seus gostos para poderem sobreviver no cenário musical nacional. Isso é triste.
Em um ramo como a música, onde a autenticidade e a liberdade deveriam ser o grande diferencial, se torna cada dia mais difícil ser autentico em meio a tantas modas musicais.